Bar da luz amarela

lampada

Tem um bar na Rua 13 que é conhecido pela luz amarela que sai pela porta avisando quando ele está aberto. Poucas pessoas lembram o nome do lugar, sempre se referem a ele como “o bar da luz amarela, aquele das batatas-fritas molengas”.

É um bar velho, ensebado. Cheira a mofo, a madeira apodrecida e a cachaça. Poeiras dançam no ar, criando um efeito bonito no contraluz, mas desagradável ao nariz. O banheiro é sujo, o chão é sujo, o balcão é sujo e as mesas, encardidas.

O dono é um mal-humorado. Chama-se Baltazar e faz questão de ser tratado por “Senhor”.  Um cara grande e gordo que usa suspensórios ao mesmo tempo que cinto. Aquela calça realmente precisa de ajuda para se manter no lugar! Ele não deixa ninguém dançar porque aquela música é feita para ser apreciada e não banalizada.

“Se querem carnaval, vão para o bar do Betão!”

Baltazar também inspeciona meticulosamente a mesa de sinuca após todos os jogos. Pagou caro e não quer ninguém estragando o tecido. Recusa-se a servir bebida quando julga que o cliente já passou do ponto, e não economiza xingamentos se alguém vomita em seu chão.

Apesar de tudo, o bar possui uma freguesia regular e adquire novos frequentadores a cada semana. Dizem sentirem-se em casa, à vontade. Além de que, a cerveja é barata e a garçonete, uma gostosa.

, Sam Terri

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