Já passava das quatro horas da madrugada. As latas, garrafas e pacotes vazios de salgadinhos já eram recolhidos e a festa aos poucos foi embora.
– Vocês vão ficar aí?
Não era necessário responder àquela pergunta. Eu estava sentada na areia enrolando os cabelos dele em minha mão, enquanto ele descansava na minha perna.
E então não havia mais ninguém lá, só eu e ele. Eu, ele e o barulho do mar agitado.
O seu olhar estava perdido. Olhava pro mar, pra mim, pro céu preto. Acho que até por isso eu não queria dizer nada.
Deixa ele na viagem dele que eu fico na minha.
Acariciei-lhe a orelha e ele fechou os olhos, voltei aos nós do cabelo, imaginando se era possível que ele dormisse lá mesmo. Olhei para a escuridão do horizonte sem querer que amanhecesse.
– Ei.
– O que foi?
– Eu acho que o tempo parou. Você também percebeu?
Não respondi. Ele tinha ido para longe, muito longe. E só o que eu podia fazer era esperar ele voltar.
, Sam Terri