Eu era virgem quando eu conheci aquele sátiro. Virgem que só. Ele, por outro lado, o mais depravado possível.
Ele chamava Raul, e falava olhando na boca das pessoas.
Quando o avistei pela primeira vez, foi como se tudo ao redor dele ficasse escuro. Ele brilhava. Falava com paixão sobre qualquer assunto, as vezes até gritando, enfático. Esse era seu principal charme, assim como seu sorriso encantador.
Aproximei-me, curiosa, e ele logo parou de falar com as outras pessoas e me olhou, levantando uma das sobrancelhas.
– Vi que você tava me olhando. Finalmente criou coragem de vir me dar oi? – ele disse. Uma frase meio babaca, mas o sorrisinho de canto de boca fazia eu não me importar com isso. Fiquei feliz com aquela atenção que ele decidiu me dar.
Fomos para um canto mais vazio, sentamos em umas almofadas jogadas em um colchão velho e ele colocou a mão na minha coxa. Arrepiei com aquele toque, mas deixei. Despertou em mim a vontade de despudorar.
Eu não me lembro sobre o que conversamos. Acho que ele falava mais do que eu, que estava enfeitiçada com o jeito como ele me olhava, com aquela cara de safado.
Fiquei completamente distraída, pensando apenas como queria muito que ele me beijasse. Em nenhum momento parecia que ele faria mesmo isso. Era como se ele estivesse ali para me tentar. Em meio a risadas ele se aproximava cada vez mais do meu rosto, logo se afastando novamente. Ele passava as mãos pelos meus cabelos, e descia por todo meu braço, brincando com minhas mãos, arrepiando meus pelos.
A virgem em mim me impedia de tomar qualquer atitude.
Só que a tensão sexual crescia a cada minuto e chegou uma hora que não consegui mais aguentar. Cedi a seus encantos. Puxei-o pelos cabelos e o beijei, lambi, mordi.
Nunca mais o encontrei em lugar nenhum. Gosto de pensar que ele era mesmo um ser mitológico que apareceu na minha vida para me ajudar a aceitar melhor minha sexualidade.
Depois dele eu nunca mais fui tão virgem, mesmo que eu não tenha perdido a virgindade naquela noite.
, Sam Terri