Três

 

Era pra ser igual para os três. Ninguém era casal de ninguém, estava cada um por si e achamos que essa era a melhor maneira de garantir que ninguém ficaria de fora.
Pois bem, não foi bem assim.

Combinamos na minha casa.
Primeiro chegou ele. Estava com cheiro de sabonete e pós barba, ainda que não estivesse com a cara lisa, e vestido com sua usual camiseta listrada. Sorria muito, claramente empolgado pelo que estava para acontecer. Já eu não estava tão confiante assim, então sugeri da gente fumar um enquanto esperávamos.
Pouco depois já estávamos fazendo brincadeiras com a fumaça, jogando de uma boca a outra, em um jogo brisadamente sensual. Preliminar de chapados.

A campainha tocou quando ele já estava com a mão dentro da minha calcinha.

Abri a porta e ela entrou esbaforida, os cabelos longos colados na cara com suor. Contou que o metrô parou e teve que vir andando por duas estações. Falou sem vírgulas até que nos olhou e notou que também estávamos sem fôlego.

“Começaram sem mim, foi?”, riu-se. Uma risada gostosa. Que risada. Que olhar.

Ela se aproximou de mim, me puxou pelos cabelos e beijou meu pescoço. Sedenta, já comecei a tirar sua camiseta e sua saia, enquanto ela tirava a minha roupa toda, em uma sincronia quase que como uma dança, sem parar de nos beijar.
Olhei de relance para ele, o chamando para se aproximar, mas na realidade já não me importava mais e foi dificil disfarçar.

Ele até que me dava tesão, mas era ela que tirava meu ar.

,Sam Terri

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