Desde que era pequena demais para se lembrar, já escutava contos, muitas vezes era aquele da menina que seguiu um coelho e foi parar em um mundo paralelo onde as pessoas jogam criquet usando flamingos como taco.
Mesmo ouvindo muitas outras histórias, essa foi a que lhe marcou mais. Acho que por isso ela estava sempre seguindo animais, na esperança que um deles lhe guiasse até um buraco que a permitisse fugir daqui.
Mas os gatos não falam, os coelhos não tem pressa, lagartas não filosofam depois de fumar um narguile. Mesmo assim se recusou, até o fim de sua vida, a acreditar que não existia um país das maravilhas, e por todas as tardes que lhe foi permitido, tomou chá refletindo por quanto tempo dura o para sempre.
, Ella A.